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Bromélias, algumas considerações e cultivo

Bromélias, algumas considerações e cultivo



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Bromélias, algumas considerações e cultivo

  1. 1. I    Sumário Lista de Figuras .............................................................................................................................. II  RESTRIÇÕES DE USO DESTE EBOOK ............................................................................................. III  Sobre o Autor ............................................................................................................................... IV  Apresentação ................................................................................................................................ 1  1. Introdução ................................................................................................................................. 2  1.1. Características da família Bromeliaceae ............................................................................ 2  1.2.  Riqueza de espécies e status de conservação de espécies no Brasil ................................ 3  1.3. Distribuição geográfica e adaptação a diferentes ambientes e habitats da família  Bromeliaceae  ............................................................................................................................ 3  . 1.4. Interação bromélias e animais e interação destas com outros vegetais ........................... 5  1.5. Importância Econômica  ..................................................................................................... 7  . 1.6. Ameaças e soluções para propostas para a conservação da família Bromeliaceae no  Brasil .......................................................................................................................................... 8  4. Cultivo de Espécies da Família Bromeliaceae ........................................................................... 9  4.1. Plantio e tipo de vaso ......................................................................................................... 9  4.2. Substrato ............................................................................................................................ 9  4.3. Irrigação  ........................................................................................................................... 10  . 4.4. Adubação  ......................................................................................................................... 10  . 4.5. Pragas e Doenças ............................................................................................................. 10  5. Escolha das Espécies ............................................................................................................... 11  6. Produção de mudas  ................................................................................................................ 11  . 7. Bibliografia .............................................................................................................................. 12 
  2. 2. II    Lista de Figuras Figura  1.  Diversidade  de  tamanhos  na  família  Bromeliaceae.  A  ‐  Tillandsia  recurvata,  que  ocorre até em fios elétricos; B ‐ Puya raimondii, gigante andina. ................................................ 2  Figura 2. Espécies ameaçadas da família Bromeliaceae no Brasil. A – Portea kermesina, ocorre  na  Mata  Atlântica  baiana;  B  –  Billbergia  alfosi‐joannis,  ocorre  na  Mata  Atlântica  do  Espírito  Santo e Santa Catarina. ................................................................................................................. 3  Figura  3.  Formas  de  vidas  de  Bromeliaceae,  colonizando  diversos  substratos:  A  –  Terrestre  Bromelia  karatas;  B  –  Saxícola,  note  o  solo  constituído  de  lascas  de  rocha,  Neoglaziovia  variegata; C – Rupícola, bromélias não identificadas; D – Epífitas, Aechmea nudicaulis. ............ 4  Figura 4. A – Escama epidérmica, que absorvem nutrientes e água de Tillandsia gardneri; B –  Tanque formado pela roseta foliar onde se acumula água e detritos. ......................................... 5  Figura 5. Animais da Fitotelmata de Bromeliaceae e outros animais que usam as plantas para  fins  diversos,  da  esquerda  para  a  direita  e  de  cima  para  baixo:  A  ‐  Diptera,  Culicidae;  B  ‐  Placosoma  sp.,  visitante  ocasional  de  bromélias;  C  ‐  Hemiptera,  Veliidae:  Paravelia  recens  só  vive  em  bromélias;  D‐  Staphylinidae:  segunda  família  de  Coleoptera  mais  abundante  nas  bromélias;  E  ‐  Anura,  Hylidae:  Scinax  alter,  comum  em  bromélias;  F  ‐  Isopoda,  Armadillidae:  crustáceo que vive no húmus do interior das bromélias; G ‐ Blattaria: desenvolve‐se no interior  das bromélias; H ‐ Homoptera, Psyllidae: ninfas se desenvolvem no interior das bromélias; I ‐  Salticidae:  aranhas  freqüentes  em  bromélia;  J  ‐  Collembola,  Entomobryidae:  família  típica  de  bromélias;  K  ‐  Leptagrion  andromache:  ninfas  se  desenvolvem  na  água  das  bromélias;  L  ‐  Miridae:  hemiptera  fitófago  que  utiliza  as  bromélias  como  hospedeiras;  M  ‐  Leptagrion  macrurum: adultos colocamos ovos na água das bromélias. Fonte: Steiner et al. (2010). .......... 6  Figura 6. Alguns polinizadores de Bromeliaceae: A – Abelha da tribo Euglossinae; B – Beija‐flor.  ....................................................................................................................................................... 7  Figura 7. Alguns usos de espécies de Bromeliaceae. A – Abacaxi (Ananas comosus), consumido  in natura e de diversas formas; B – Visão geral de um bromeliário comercial; C – Secagem da  fibra do caroá (Neoglaziovia variegata); D ‐ Bromelina uma substância retirada do abacaxi. ..... 8 
  3. 3. III    RESTRIÇÕES DE USO DESTE EBOOK Não utilizar este eBook ou qualquer parte dele comercialmente, sem permissão do autor. É proibido distribuí-lo, das seguintes formas: como conteúdo de sites comerciais; como conteúdo de sites privados que usufruam de financiamento público; como conteúdo de CDs comerciais, e como conteúdo de portais comerciais. Você poderá distribuí-lo livremente desde que respeitadas às condições acima descritas. Este eBook é livre pra você ler, salvar, imprimir e distribuí-lo para seus amigos. E também pode ser distribuídos em sites que não tenha fins comerciais. A alteração de seu conteúdo sem permissão do autor é expressamente proibida.
  4. 4. IV    SOBRE O AUTOR O autor desse eBook é James Cantarelli, Engenheiro Agrônomo e Msc. em Botânica. O autor já percorreu dezenas de municípios de Pernambuco e de outros estados para pesquisar a flora e a vegetação. Já visitou áreas de Caatinga, vários tipos de Florestas, Manguezais, Cerrados, diferentes fisionomias de Restinga e de afloramentos rochosos, Tabuleiros e Pântanos. Sempre observou as Bromeliaceae destes ecossistemas. O autor cultiva várias espécies de bromélias em sua casa e está desenvolvendo o bromeliário do Jardim Botânico do Recife, aonde trabalha. Se quiserem contatar o autor seu e-mail é: jamescantarelli@hotmail.com. Dúvidas, sugestões e críticas serão bem vindas.
  5. 5. 1    APRESENTAÇÃO Este projeto visa demonstrar as bromélias, não apenas como um objeto para decorar, como um vaso, por exemplo, mas sim como um ser vivo, que como tal necessita de cuidados básicos como luz, água, nutrientes e claro de amor. Esse Manual de Cultivo de Bromélias criado por mim mostra as características principais das bromélias, os biomas em que ocorrem no mundo e no Brasil, número de espécies no mundo e no Brasil, interação de bromélias com outros animais, problemas para sua conservação, criação de um bromeliário, cultivo e reprodução.
  6. 6. 2    1. INTRODUÇÃO 1.1. Características da família Bromeliaceae A família Bromeliaceae Juss. possui mais de 3000 espécies distribuídas em 56 gêneros (LUTHER, 2004). Esta é dividida em oito subfamílias: Brocchinioideae, Lindmanioideae, Tillandsioideae, Hechtioideae, Navioideae, Pitcairnioideae, Puyoideae e Bromelioideae (APG II, 2009). A família destaca-se como um dos principais componentes da flora e da fisionomia dos ecossistemas brasileiros abrigando aproximadamente 36% das espécies catalogadas. Possuem vários gêneros endêmicos, alguns deles encontrados exclusivamente na Floresta Atlântica (Martinelli, 1994). E a cada dia são descobertas novas espécies. Figura 1. Diversidade de tamanhos na família Bromeliaceae. A ‐ Tillandsia recurvata, que ocorre até  em fios elétricos; B ‐ Puya raimondii, gigante andina.  As plantas dessa família são herbáceas e podem ser plantas epífitas, rupícolas saxícolas ou terrícolas ou ainda facultativas que vivem em qualquer substrato. Variam desde plantas delicadas e de pequeno porte, como Tillandsia recurvata (L.) L., com alguns centímetros de comprimento, até plantas de grande porte, como Puya raimondii Harms, encontrada nos Andes, que chega a atingir mais de 10 metros de altura (SMITH & DOWNS, 1974; REITZ, 1983). O caule é geralmente curto, ou mais raramente desenvolvido. As folhas são alternas, polísticas ou dísticas em geral formando roseta, com a superfície recoberta por tricomas especializados, as escamas, estruturas típicas da família, cujo papel ecológico e fisiológico é fundamental nas bromélias. A margem das folhas varia de inteira a serrilhada ou espinescente. A inflorescência é, em geral, racemosa, simples ou composta, terminal ou axilar. Pode apresentar um escapo longo, curto até ausente, portando brácteas, em geral coloridas. As flores podem ser numerosas ou poucas, laxas ou congestas, bissexuadas, ou raramente funcionalmente unissexuadas, actinomorfas a zigomorfas, trímeras, hipóginas a epíginas, geralmente subtendidas por uma bráctea vistosa (CRONQUIST, 1981, DAHLGREN et al., 1985; WANDERLEY & MARTINS, 2007).
  7. 7. 3    1.2. Riqueza de espécies e status de conservação de espécies no Brasil No nosso país existem espécies em todos os Biomas terrestres, principalmente na Mata Atlântica, além de regiões do Cerrado, da Amazônia, Caatinga, Pampa e Pantanal. Estima-se que 73% dos gêneros e 40% das espécies ocorram no Brasil, sendo representados na Mata Atlântica por mais de 1.200 táxons diferentes (LEME & MARIGO, 1993). De acordo temos com a Instrução Normativa N.6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA 2008) 39 espécies de Bromeliaceae são consideradas ameaçadas de extinção (são aquelas com alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo, assim reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente, com base em documentação científica disponível) e 65 espécies que possuem deficiência de dados: são aquelas cujas informações (distribuição geográfica, ameaças/impactos e usos, entre outras) são ainda deficientes, não permitindo enquadra-las com segurança na condição de ameaçadas. A maioria dessas espécies se encontra na Mata Atlântica. Mas de acordo os especialistas o número de espécies ameaçadas é muito maior e há várias espécies endêmicas ou identificadas de apenas em uma única coleta. Figura 2. Espécies ameaçadas da família Bromeliaceae no Brasil. A – Portea kermesina, ocorre na Mata  Atlântica  baiana;  B  –  Billbergia  alfosi‐joannis,  ocorre  na  Mata  Atlântica  do  Espírito  Santo  e  Santa  Catarina.  1.3. Distribuição geográfica e adaptação a diferentes ambientes e habitats da família Bromeliaceae A Bromeliaceae é uma família de vegetais vasculares essencialmente restritas as Américas, com exceção de uma única espécie, Pitcairnia feliciana (A. Chev.) Harms & Midbr., que ocorre no oeste do continente africano (SMITH & DOWNS, 1974). No Continente americano ocorrem da Flórida nos Estados Unidos até o sul da Argentina.
  8. 8. 4    Figura 3. Formas de vidas de Bromeliaceae, colonizando diversos substratos: A – Terrestre Bromelia  karatas; B – Saxícola, note o solo constituído de lascas de rocha, Neoglaziovia variegata; C – Rupícola,  bromélias não identificadas; D – Epífitas, Aechmea nudicaulis.  As espécies de Bromeliaceae ocorrem em uma grande variedade de habitats (MARTIN, 1994; BENZING, 2000). Os principais motivos para isso é devido provavelmente a grande heterogeneidade morfológica, fisiológica e anatômica, ocorrentes em diferentes formas de vida como terrestres, rupícolas, saxícolas e epífitas, conferindo aos seus representantes larga capacidade de adaptação. A capacidade de captar e acumular água e nutrientes em seus tanques com o auxílio algumas vezes de raízes interfoliares é um fator importante na obtenção de água e nutrientes (BENZING, 1990). Em outras espécies, ocorrem tricomas foliares peltados que absorvem nutrientes e água via precipitação atmosférica ou a umidade da neblina (BENZING, 1976). Assim, bromélias podem ser
  9. 9. 5    encontradas desde o ambiente úmido e sombrio do solo florestal até os ambientes mais extremos como florestas decíduas, ambientes áridos e desertos. 1.4. Interação bromélias e animais e interação destas com outros vegetais   A maioria dos representantes desta família é classificada como organismos fitotélmicos com folhas dispostas em rosetas. Nas cisternas ou tanques, formados pelo imbricamento das folhas destes indivíduos, onde é comum na parte central da planta o acúmulo de água, comumente chamada de fitotelmata, e também de matéria orgânica em decomposição, que serve de alimento para uma variedade de outros organismos incluindo protistas, invertebrados e vertebrados (PICADO, 1913; DOMINGUES, 1989; DIAS & BRESCOVIT, 2004). As espécies que apresentam estas características são chamadas bromélias-tanque. Figura 4. A – Escama epidérmica, que absorvem nutrientes e água de Tillandsia gardneri; B – Tanque  formado pela roseta foliar onde se acumula água e detritos.  Inclusive várias espécies de vegetais também habitam este ambiente fitotelmata, que pode ser considerado um ambiente limnológico isolado (MESTRE et al. 2001). Em Pernambuco ocorre uma espécie que habita exclusivamente os tanques das bromélias, Anthurium bromelicola Mayo & L.P. Felix. Esta espécie da família Araceae foi descrita há menos de10 anos, e é endêmica de Pernambuco, tido sido coletada até o momento apenas na Serra negra em Bezerros. A referida espécie encontra-se na lista de espécies ameaçadas do IBAMA (BRASIL, 2008). A introdução desta espécie nos Bromeliários seria muito importante. O reservatório de água formado no centro das bromélias propicia tanto a absorção de água pelas bromélias, quanto fornece nutrientes provenientes de restos vegetais e animais depositados no tanque destas.
  10. 10. 6    Figura  5.  Animais  da  Fitotelmata  de  Bromeliaceae  e  outros  animais  que  usam  as  plantas  para  fins  diversos, da esquerda para a direita e de cima para baixo: A ‐ Diptera, Culicidae; B ‐ Placosoma sp.,  visitante ocasional de bromélias; C ‐ Hemiptera, Veliidae: Paravelia recens só vive em bromélias; D‐  Staphylinidae:  segunda  família  de  Coleoptera  mais  abundante  nas  bromélias;  E  ‐  Anura,  Hylidae:  Scinax alter, comum em bromélias; F ‐ Isopoda, Armadillidae: crustáceo que vive no húmus do interior  das bromélias; G ‐ Blattaria: desenvolve‐se no interior das bromélias; H ‐ Homoptera, Psyllidae: ninfas  se  desenvolvem  no  interior  das  bromélias;  I  ‐  Salticidae:  aranhas  freqüentes  em  bromélia;  J  ‐  Collembola,  Entomobryidae:  família  típica  de  bromélias;  K  ‐  Leptagrion  andromache:  ninfas  se  desenvolvem  na  água  das  bromélias;  L  ‐  Miridae:  hemiptera  fitófago  que  utiliza  as  bromélias  como  hospedeiras; M ‐ Leptagrion macrurum: adultos colocamos ovos na água das bromélias. Fonte: Steiner  et al. (2010).  Muitos invertebrados e vertebrados utilizam as flores e frutos para alimentação. Portanto, as bromélias fazem parte de complexas teias alimentares nos ecossistemas em que se encontram (MATOS, 2000).
  11. 11. 7    Algumas espécies de Bromeliaceae, terrestres e epífitas, com frutos carnosos têm suas sementes dispersadas por animais, principalmente aves e mamíferos (BENZING, 2000). Na Mata Atlântica as bromélias são responsáveis por cerca de 30% dos recursos alimentares usados por beija-flores (SAZIMA et al., 1995, 1996) e por morcegos (SAZIMA et al., 1999). As bromélias são principalmente polinizadas por beija-flores. Os morcegos também são importantes polinizadores das espécies de Bromeliaceae, e espécies de Lepdoptera e abelhas também são polinizadores conhecidos desta família. (FISCHER, 1994; MACHADO, 2000; ARAÚJO et al., 2004). Para A Mata Atlântica cerca de 85% das espécies apresentam síndrome de polinização ornitófila (FISCHER, 1994; VARASSIN, 2002; DE QUEIROZ, 2006). Figura 6. Alguns polinizadores de Bromeliaceae: A – Abelha da tribo Euglossinae; B – Beija‐flor.   1.5. Importância Econômica   O mais comum representante das Bromeliaceae com importância econômica é o abacaxi (Ananas comosus), o representante mais popular e importante das regiões tropicais. Além do desenvolvimento da cultura para o consumo do fruto, a enzima bromelina, extraída da citada fruta tem sido utilizada para fins farmacêuticos e industriais (KUBTZKI, 1998). Nas Caatingas do Nordeste do Brasil, outro representante, o caroá, Neoglaziovia variegata (Arruda Camara) Mez, tem mostrado certa importância econômica (KUBTZKI, 1998). Desta espécie pode-se extrair uma fibra semelhante ao sisal, servindo para a confecção de vários utensílios, como também para a alimentação humana e do gado. Dentre as bromélias cultivadas para fins ornamentais, destacam-se espécies dos gêneros Guzmania, Vriesea e Aechmea, bem como seus híbridos. Cerca de 40 espécies e inúmeras variedades horticulturais desses materiais foram
  12. 12. 8    introduzidas nos EUA (Estados Unidos da América do Norte). Apenas para o estado da Flórida estima-se que o comércio resultante do cultivo de bromeliáceas atinja a cifra de 20 milhões de dólares por ano (CATHCART, 1995). Ultimamente há uma grande extração de Tillandisia usneoides para compor substratos de arranjos decorativos, principalmente com flores artificiais. Esse uso compromete a conservação da espécie. Figura  7.  Alguns  usos  de  espécies  de  Bromeliaceae.  A  –  Abacaxi  (Ananas  comosus),  consumido  in  natura  e  de  diversas  formas;  B  –  Visão  geral  de um  bromeliário  comercial;  C  –  Secagem da  fibra do  caroá (Neoglaziovia variegata); D ‐ Bromelina uma substância retirada do abacaxi.  1.6. Ameaças e soluções para propostas para a conservação da família Bromeliaceae no Brasil As áreas de Mata Atlântica do país foram convertidas desde o século XVI em monoculturas de cana-de-açúcar e havia uma grande extração de lenha para alimentar as caldeiras das usinas. Depois veio o ciclo do café, que tanto contribuiu para o desmatamento no sudeste. O processo de degradação foi tão rápido e intenso que alguns cientistas acreditam que parte atual da caatinga era coberta por uma exuberante floresta Atlântica seca (Coimbra Filho & Câmara 1996). Atualmente, expansão das cidades, da agricultura e o desmatamento são as principais ameaças a conservação de Bromeliaceae. Apesar de a legislação brasileira proibir pela portaria nº 122-P coletas de plantas silvestres para a comercialização. No entanto, não raro são encontrados, para a venda, muitos exemplares extraídos da natureza, entre as
  13. 13. 9    quais se destacam famílias botânicas atrativas para ornamentação, como cactáceas, orquidáceas e bromeliáceas. A extração de plantas para a comercialização configura atividade não sustentada, e é considerada uma das principais causas de extinção (ZILLER, 2001). No sentido de conservar espécies vegetais e animais devem ser criadas e protegidas Unidades de Conservação de grandes blocos de floresta, ligados entre si através de corredores florestais. Estes blocos deveriam representar paisagens sustentáveis (SOULÉ & TERBORGH, 1999). Uma maior fiscalização que coíba a retiradas de plantas ornamentais e espécies madeireiras ou usadas como lenha se faz necessária. Incentivar a produção de plantas de potencial ornamental como bromélias e orquídeas também contribuiria muito para a preservação dessas plantas. 4. CULTIVO DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA BROMELIACEAE 4.1. Plantio e tipo de vaso   O vaso adequado para o plantio de bromélias deve permitir boa drenagem e bom arejamento do substrato. Por esse fato os vasos de barro são os mais indicados e também oferecem maior equilíbrio à planta e também melhor drenagem. Os vasos de plástico conferem menor estabilidade à planta e, em muitos casos, podem permitir o encharcamento do substrato. O tamanho do vaso deve ser pequeno, com 1/3 da largura e da altura da planta adulta. Para proporcionar uma boa drenagem, preencha cerca de 1/3 do vaso com cacos de telhas, tijolos, pedaços de vasos, pequenos cascalhos ou brita zero ou um. Prepare o substrato mais adequado à espécie que se vai plantar. Encha completamente o vaso, comprimindo o substrato. Em seguida, molhe-o abundantemente. Faça uma cavidade no centro do vaso e introduza a muda, pressionando o substrato em torno dela. Somente a base da muda deve ficar dentro do substrato. Irrigue abundantemente, inclusive completando a água da roseta da muda, e coloque o vaso em local sombreado e arejado. Se necessário coloque um suporte ou pedaços de pedra no vaso, até que as raízes estejam bem desenvolvidas. 4.2. Substrato   De acordo com a espécie haverá um tipo de substrato adequado para ela. Para plantas que habitam o extrato inferior nas matas e são terrestres o ideal seria o uso areia, esterco (dependendo do esterco oriundo de cada espécie animal, haverá uma quantidade exata para se usar), terra vegetal, húmus. Para espécies epífitas o substrato pode ser composto por coxim de coco.
  14. 14. 10    Plantas da família que são típicas da caatinga ou de afloramentos rochosos estas têm quem serem cultivadas em um substrato que ofereça boa drenagem e contenha fragmentos de rochas típicas do seu habitat. As bromélias do gênero Tillandsia, em geral, não se adaptam ao cultivo em vasos. Estas plantas devem ser fixadas a pedaços de caules de árvores, e sempre colocadas em ambientes ventilados. 4.3. Irrigação   Nunca encharque as raízes das bromélias, molhe as, mas sempre de forma bastante moderada, o mais importante é pulverizar as folhas e manter sempre o tanque central com água. Quando a temperatura ambiente estiver muito alta, borrife com água as folhas, mas nunca sob luz solar direta e nas horas mais quentes do dia. A necessidade de irrigar cada espécie é variável, isso vai depender do seu ecossistema ou habitat de origem. As plantas oriundas da Caatinga necessitarão de irrigações menos freqüentes. 4.4. Adubação   Ao realizar adubação química em bromélias devem ser devem ser observados alguns critérios. Por absorverem nutrientes com muita facilidade pelas folhas elas são extremamente sensíveis. Adube semanalmente durante os meses de maior intensidade de luz e calor. A relação NPK de 2-1-4 com traços de Magnésio parece ser uma das formas mais ideais. A adubação pode ser foliar ou diretamente no substrato. A quantidade de adubo foliar recomendada é de 0,5 g/litro de água usada em aspersão, de qualquer forma nunca supere 2 g/litro. Essa operação deve ser aplicada no início da manhã ou final da tarde. Repetir com intervalos de 15 dias nos meses mais quentes do ano e de 30 dias nos meses mais frios. Na fase de crescimento, deve-se dar preferência a adubos que tenham uma concentração maior de teor de nitrogênio (N); na fase de floração, aos de maior teor de fósforo (P). O Boro (Bo) deve ser evitado, pois causa queimaduras nas pontas das folhas, o que também ocorre no caso do excesso de Fósforo (P) e também tenha muito cuidado com o Cobre (Cu) que, mesmo em diminutas quantidades, mata a planta. 4.5. Pragas e Doenças   As bromélias são geralmente plantas muito resistentes organismos patogênicos, no entanto, como todas as plantas também são suscetíveis a pragas e doenças. Entretanto, elas são muito sensíveis a fungicidas e inseticidas, pois absorvem esses produtos facilmente.
  15. 15. 11    Para combater cochonilhas, pulgões, aranha vermelha e lagartas, utilize sulfato de nicotina ou óleo de nim que são soluções ecológicas e eficientes. Retire as pragas com uma escova de dente. Com frequência as bromélias são atacadas por lesmas, estas devem ser eliminadas manualmente ou com o uso de iscas atrativas. Para combater os fungos, utilize uma esponja macia e úmida, com sabão de coco dissolvido em água. Nunca utilize fungicidas à base de Cobre, pois o Cobre é fatal para as bromélias. 5. ESCOLHA DAS ESPÉCIES Devemos dar preferências às espécies que provêm de bromeliários comerciais, jamais comprar plantas oriundas do extrativismo ilegal. Escolha espécies adaptadas a sua região e sadias. 6. PRODUÇÃO DE MUDAS O principal meio para produção de mudas de bromélias é a propagação vegetativa realizada através da remoção de brotações laterais da planta- mãe, que ocorrem em pequeno número, geralmente no período de em que esta morre. Estas brotações são facilmente enraizadas (WALL, 1988). Ultimamente a técnica de cultura de tecidos começa a ser utilizada na produção de mudas de Bromeliaceae, pois a multiplicação é rápida e a qualidade, a uniformidade e a quantidade de mudas produzidas são maiores que as obtidas através dos métodos convencionais, além de estarem isentas de doenças (GATTI, 1992). Baixe um arquivo com mais informações no site da EMBRAPA (2010). Outra forma de produção de mudas é através da propagação sexual, ou seja, usando sementes, das quais se pode obter grande quantidade de mudas (RAUTH, 1990). Porém, este método apresenta algumas limitações, como a demora na maturação das sementes e a necessidade de 3 a 8 anos para o florescimento, dependendo da espécie, e ainda a possibilidade de variação genética (SPURR et al., 1977).
  16. 16. 12    7. BIBLIOGRAFIA ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP (APG II). 2008. Angiosperm Phylogeny Group II. Disponível em: http://www.mobot.org/MOBOT/research/APWeb/. Acesso em: 09/08/2009. ANZURES, E.A. & COATES-ESTRADA, R. 1999. Tropical rain forest fragmentation, howler monkey (Alouatta palliata), and dung beetles at Los Tuxtlas, Mexico. American Journal of Primatology 48:253-262. ARAÚJO, A. C., FISCHER, E. A. & SAZIMA, M. 1994. Floração sequencial e polinização de três espécies de Vriesea (Bromeliaceae) na região da Juréia, sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 17 (2): 113-118. BENZING, D. H. 1976. Bromeliad trichomes: structure, function and ecological significance. Selbyana 1: 330-348. BENZING, D. H. 2000. Bromeliaceae: profile of an adaptive radiation. Cambridge University Press, UK, 690 p. BROWN JR. K.S., & BROWN, G.G. 1992. Habitat alteration and species loss in Brazilian forests. pp. 129-142. In: Whitmore, T.C. & Sayer, J.A. (eds.) Tropical deforestation and species extinction. Chapman & Hall, London. BRASIL. 2008. Instrução Normativa n° 6, de 23 de setembro de 2008. Anexo 1. Lista oficial das espécies da flora brasileira  ameaçada de extinção. Brasília, Ministério do Meio Ambiente, 55p. BROWN, K., JR. 1982. Biogeografia e conservação das florestas atlântica e amazônica brasileiras. pp. 85-92. In: Anais Seminário Impacto Ambiental em Áreas de Trópico Úmido: a Experiência da CVRD, Rio de Janeiro. CATHCART, DJ., 1995. The importance of maintaining bromeliad imports. Florida Entomol. vol. 78, no. 1, p. 16-21. COIMBRA-FILHO, A.F. & CÂMARA, I.G. 1996. Os limites originais do Bioma Mata Atlântica na região Nordeste do Brasil. FBCN, Rio de Janeiro. CRONQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. New York, Columbia University Press, 1262p. DAHLGREN, R.M.T.; CLIFFORD, H.T. & YEO, P.F. 1985. The families of the monocotyledons. Springer-Verlag, Berlin. DIAS, S. C. & A.D. BRESCOVIT. 2004. Microhabitat selection and co-ocurrence of Pachistopelma rufonigrum Pocock (Araneae, Theraphosidae) and Nothroctenus fuxico sp. Nov. (Araneae, Ctenidae) in tank bromeliads of Serra de Itabaiana, Sergipe, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 21: 789-796.
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