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Cultivo PráTico De BroméLias

Cultivo PráTico De BroméLias



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1. Cultivo Prático de Bromélias Cláudio Coelho de Paula e Helena M. Peregrino da Silva Editora UFV Universidade Federal de Viçosa 2000 70p. il SUMÁRIO Apresentação...................................................... 7 Introdução .......................................................... 9 As bromélias no mundo...................................... 11 Constituição ....................................................... 13 Híbrido............................................................... 28 Desenvolvimento ..................................................... 29 Substratos mais usados............................................. 30 Plantio em vaso........................................................ 32 Propagação .............................................................. 34 Plantio em vaso de barro.......................................... 44 2. Plantio em placa de xaxim ....................................... 47 Viveiros..................................................................... 51 Rega......................................................................... 54 Adubação ................................... ,........................... 55 Pragas mais comuns................................................. 57 Doenças mais comuns .............................................. 62 Inseticidas caseiros .................................................... 63 Dicas para futuros colecionadores ............................. 66 Literatura consultada................................................ 69

APRESENTAÇÃO Assim como a beleza das terras descobertas no Novo Mundo no século XV encantou os europeus, as bromélias também o fizeram. Contudo, apenas no século XX, passaram do anonimato dos seus quot;habitatsquot; para a popularização cada dia mais evidente. Nesta obra procurou-se disponibilizar informações práticas e objetivas capazes de atender à de- manda crescente de interesse por essas plantas. A partir de tópicos importantes a respeito do cultivo de bromélias, são apresentadas orientações técnicas sobre morfologia, classificação e, principalmente, práticas de cultivo, sendo cada assunto, quan- do necessário, ilustrado para facilitar a compreensão dos procedimentos recomendados aos iniciantes em bromeliofilia. Este livro contém informações básicas para todos aqueles que pretendem conhecer o mundo das bromélias, cultivá-las ou mesmo proteger estas quot;jóiasquot; da natureza em seus quot;habitatsquot;. Os autores 7 INTRODUÇÃO As bromélias tornaram-se conhecidas em 1493, quando Cristóvão Colombo observou que os nativos da ilha de Guadalupe, nas Antilhas, utilizavam uma planta muito saborosa como alimento, denominada por eles quot;karatasquot;, hoje o tão comum abacaxi (Ananas comosus). Posteriormente, em diversas expedições exploradoras, foram coletadas bromélias para serem comercializadas entre os apreciadores e colecionadores das exóticas plantas do Mundo Novo. No final do século XVII, um padre francês, Charles Plumier, resolveu dar a essas quot;karatasquot;, coletadas em sua expedição, o nome de Bromélia, em homenagem ao botânico Olaf Bromel. Em 1753, Carolus Linnaeus estabeleceu o gênero Bromelia, composto por 14 espécies. 9 No Brasil, as bromélias já eram muito conhecidas por nossos nativos, que as utilizavam como alimento ou para extração de fibras. Na língua tupi-guarani, há várias palavras que se referem diretamente às espécies de bromélias, como carandá, carauá, caravatá e gravatá. A palavra gravatá ainda é amplamente utilizada para se referir às bromélias. Há décadas, as bromélias são apreciadas como plantas ornamentais, especialmente nos EUA, na Europa e no Japão, onde seu cultivo movimenta uma economia considerável, absorvendo, direta ou indiretamente, grande número de mão-de-obra. No Brasil, Burle Marx, famoso paisagista, foi um dos pioneiros no uso de bromélias em jardins, dando um toque mais natural e tropical aos ambientes. 10 AS BROMÉLIAS NO MUNDO As bromélias são plantas tipicamente americanas. Com exceção da espécie Pitcairnia feliciana, todas as outras se distribuem entre o Texas, na, nos EUA, e a região central da Argentina. Contudo, é no 3. Brasil que se encontra a metade de cerca de 2.900 espécies já catalogadas e mais de 73% dos gêneros de toda a família Bromeliaceae. Podem ser encontradas em locais ao nível do mar e até em altitudes acima de 3.000m, tanto em regiões secas e quentes, como o sertão nordestino, quanto em regiões frias, como a serra gaúcha. Podem crescer em locais sombrios, frias, como o interior das matas, ou em locais muito ensolarados, como rochas à beira-mar. No Brasil, distribuem-se de norte a sul, sendo a Região Sudeste a que tem a maior diversidade de espécies, principalmente nas áreas da Mata Atlântica. 11 Para classificação taxonômica e cultivo, a família Bromeliaceae é dividida em três subfamílias: Bromelioideae, Tillandsioideae e Pitcairnioideae, cujos gêneros mais comuns no Brasil são: Subfamília Bromelioideae Aechmea Billbergia Neoregelia Nidularium Quesnelia Cryptanthus Bromelia Ananas Subfamília Tillandsioideae Tillandsia Vriesea Guzmania Alcantarea Subfamília Pitcairnioideae Pitcairnia Dyckia Encholirium 12 De acordo com seu habitat, as bromélias podem ser classificadas em três grupos: Terrestres - crescem na terra, assim como as espécies dos gêneros Ananas e Bromelia. Rupícolas - crescem sobre rochas, como as espécies dos gêneros Dyckia e Alcantarea. Epífitas - crescem em árvores, por exemplo as espécies dos gêneros Vriesea e Tillandsia. CONSTITUIÇÃO As bromélias pertencem à classe das Monocotiledôneas e à família das Bromeliáceas. São plantas herbáceas, perenes, com agrupamento de folhas formando uma roseta, que, em geral, permite o acúmulo da água de chuva ou irrigação. Suas folhas são, em maior ou menor escala, recobertas por diminutas escamas, denominadas escamas peltadas, que, graças à sua estrutura especial, conseguem absorver água e nutrientes. As escamas associadas à roseta permitem-lhes adaptarem-se a ambientes extremamente desfavoráveis a outras plantas. 13 Morfologicamente as bromélias são constituídas das seguintes partes: raiz, caule, folha e inflorescência. Raiz De modo geral, a raiz da bromélia é estrutural e funcionalmente reduzida, e é mais importante para fixação do que para absorção de água e nutrientes. De fato, são as escamas das folhas que realizam a maior parte desta função. Algumas bromélias, como as do gênero Tillandsia, conseguem crescer e produzir flores sem desenvolver raízes. A bromélia quot;barba-de-velhoquot; (Tillandsia 4. usneoides), raízes, por exemplo, quot;barba-de-velhoquot; enrosca-se nos galhos das árvores, formando longas cortinas acinzentadas, sem uma única raiz. As bromélias que possuem poucas raízes, em cultivo, com a adequada adubação do substrato, desenvolvem considerável volume de raízes. Caule É uma estrutura muito reduzida, esbranquiçada e dura, de onde surgem as folhas e as raízes. Para 14 vê-lo, é preciso arrancar as folhas mais velhas, Em algumas espécies do gênero Neoregelia, o caule é relativamente longo e sem nós entre as rosetas foliares; neste caso é denominado estolão, Outras espécies, como as do gênero Bromelia, têm caule semelhante ao estolão, porém longo e grosso, com vários nós entre as rosetas foliares, denominado rizoma, Praticamente todas as bromélias têm um tipo de caule aéreo, chamado escapo, que corresponde ao pendão da inflorescência. Folhas São alongadas e constituídas de lâmina e bainha. Podem ter espinhos nas margens, como em Billbergia e Aechmea, ou nenhum, como em Vriesea e Guzmania, São revestidas de escamas, que, nas espécies do gênero Tillandsia, conferem-lhes um aspecto cinza-prateado, devido sua abundância. 15 16 Inflorescência É o arranjo de flores e brácteas (folhas modificadas, em geral, de cores diferentes de verde). Basicamente, a inflorescência é longa ou achatada. 5. 17 Em Vriesea e Alcantarea, é longa e vistosa. Já em Neoregelia e Nidularium, é achatada, total ou parcialmente inclusa na roseta das folhas. 18 19 Flores São completas e possuem quatro partes: cálice, carola, androceu e gineceu. O cálice é formado por três sépalas, que podem ser totalmente livres ou soldadas entre si. É a parte mais externa da flor. A carola é constituída por pétalas, que são, em geral, muito coloridas. Podem ser livres ou soldadas entre si e possuir, como no gênero Vriesea, um apêndice petalíneo. O androceu é a parte masculina da flor, formada por seis estames. No ápice do estame, está a antera, compartimento onde são produzidos e liberados os grãos de pólen. O gineceu é a parte feminina da flor. É constituído por três estigmas (parte apical do gineceu), um estilete (eixo entre o estigma e o ovário) e um ovário (parte basal do gineceu, onde são produzidos os óvulos, que, após a fecundação, se transformarão em sementes). 20 6. 21 Frutos e sementes O fruto é o ovário desenvolvido após a fecundação dos óvulos. Há três tipos: baga, cápsula e infrutescência. A baga é um fruto carnoso, em geral com cores fortes, contendo sementes lisas, sem qualquer tipo de apêndice, envolvidas numa substância mucilaginosa, muito apreciada por pássaros. A cápsula é um fruto seco, geralmente marrom brilhosa, que se abre quando madura para liberar as sementes, que apresentam apêndices plumosos ou não-plumosos, porém sem mucilagem. A infrutescência, também chamada de fruto composto, é formada pela soldadura dos ovários das flores de uma inflorescência; é denominada sorose. O fruto da bromélia mais conhecido é o abacaxi. 22 23 7. 24 25 8. 26 27 HÍBRIDO As bromélias têm grande capacidade de se autopolinizarem (transferência do grão de pólen dedo estame para o estigma da mesma flor) por não apresentarem barreiras físicas ao processo. Dessa forma, para obter um híbrido, deve-se: a escolher uma flor no estádio de botão, um pouco antes de sua abertura; b com auxílio de uma pinça e uma pequena tesoura, cortar as pétalas, sépalas e todos os estames, deixando apenas o gineceu; 28 c com uma tesoura e uma pinça, retirar de outra espécie um estame que esteja soltando pólen; 9. d esfregar a ponta do estame, onde estão os grãos de pólen, na ponta do gineceu da flor que teve os estames retirados; e colocar a planta onde não haja polinizadores ou envolver a inflorescência com filó até o ovário da flor começar a inchar; e f amarrar uma etiqueta na planta, indicando o nome das espécies envolvidas no cruzamento e a data em que foi realizado. Os híbridos devem ser obtidos entre espécies diferentes, porém do mesmo gênero. DESENVOLVIMENTO Por serem plantas tipicamente tropicais, as bromélias exprimem muita beleza e exotismo no ambiente, cultivadas tanto em vaso quanto em jardim. O segredo da escolha do ambiente ideal para cada espécie está em observar a planta ou se informar 29 sobre as suas exigências em condições naturais. Bromélias com folhas rígidas, compactas, acinzentadas ou vivamente coloridas preferem maior intensidade de luz. Contudo, as de folhas tenras e de verde intenso adaptam-se melhor a ambiente de sombra. Em termos gerais, quase todas as espécies adaptam-se a ambiente com cerca de 50% da luminosidade do sol. No plantio de bromélias em jardins, deve-se tomar cuidado com insolação. Se a planta sempre foi cultivada ao sol, não sofrerá danos nas folhas. ' Contudo, se foi cultivada em viveiros com sombrite, deve- se fazer aclimatação à intensidade crescente de luz solar para evitar queimaduras. SUBSTRATOS MAIS USADOS O substrato para as bromélias deve ser bem drenado e arejado para permitir bom desenvolvimento das raízes. Apesar de quot;existirem tantos substratos quanto cultivadores de broméliasquot;, essas plantas preferem o xaxim em pó ou em fibras. 30 Além do xaxim, há outros substratos, como musgo seco (esfagno), casca de pinheiro, fibra de coco, casca de árvore e argila expandida. A maioria destes substratos é utilizada em combinação com outros materiais. São exemplos de substratos: 50% de xaxim ou musgo seco; 25% de areia lavada; e 25% de húmus de minhoca. De modo geral, não se recomenda o uso de terra como integrante do substrato para a maioria das espécies. Apenas as bromélias dos gêneros Cryptanthus, Dyckia, Ananas, Bromelia e Pticairnia apreciam substrato composto por terra. Bromélias epífitas, como as do gênero Vriesea, Neoregelia e Guzmania, apreciam substratos com alta porcentagem de xaxim. Bromélias do gênero Tillandsia, em geral, não se adaptam satisfatoriamente ao cultivo em vasos. Estas plantas preferem ser fixadas a placas de xaxim, cascas de árvores ou mesmo suportes artificiais, como fios encapados, sempre em ambientes ventilados. 31 PLANTIO EM VASO O vaso adequado para o plantio de bromélias deve permitir boa drenagem e bom arejamento do substrato. Normalmente, são utilizados vasos de barro ou de plástico. A escolha de um ou outro dependerá do custo, da disponibilidade, da praticidade, da adequação da espécie etc. Os vasos de barro, por serem mais pesados que os de plástico, oferecem maior equilíbrio à planta e também melhor drenagem. Contudo, são mais suscetíveis à quebra e permitem o estabelecimento de musgos na sua face externa, prejudicando, dessa forma, o aspecto estético. Os vasos de plástico são mais resistentes, mas conferem menor estabilidade à planta e, em muitos casos, podem permitir o encharcamento do substrato. São também usados como vaso cestinhas de madeira e xaxim. As cestinhas de madeira, também chamadas de cachepôs, são muito utilizadas para plantio de bromélias do gênero Tillandsia ou Neoregelia, que formam, às vezes, verdadeiros quot;candelabrosquot;. 32 10. O vaso de xaxim não é recomendado, pois apresenta pouca durabilidade e é leve, e os vasos metálicos devem ser evitados, uma vez que as bromélias não toleram diversos metais. Apesar de as bromélias, cultivadas de forma correta, desenvolverem consideravelmente seu sistema radicular, o tamanho do vaso deve ser pequeno, com 1/3 da largura e da altura da planta adulta. 33 Propagação Pode ser feita de duas formas: vegetativa (mudas) ou por sementes. Propagação vegetativa É a forma mais rápida de obter plantas adultas. Toda bromélia produz uma ou mais brotações laterais antes, durante ou após a floração, ou ainda quando sujeita a qualquer tipo de estresse (mudança de ambiente, danos mecânicos ou químicos etc.). Os brotos, ou rebentos, podem surgir de dentro da bainha da folha, na parte basal da planta, ou através de brotações alongadas laterais, chamadas de estolão ou rizoma. Os brotos devem ser arrancados com faca ou formão, fazendo o corte bem próximo da planta-mãe. Já os que surgem na ponta do estolão devem ser cortados, deixando-se um pedaço de 3 a 5 cm na muda. 34 Assim que as mudas forem removidas da planta-mãe, devem ser colocadas em local bem arejado para a cicatrização do corte, o que normalmente dura de um a dois dias. O plantio da muda sem cicatrização, em geral, leva ao apodrecimento e à morte da muda. Para garantir a cicatrização, especialmente em bromélias de maior porte, como as do gênero Alcantarea, recomenda-se envolver a base da planta com carvão bem triturado e seco. Uma vez cicatrizado 35 o corte, pode-se, então, proceder ao plantio tanto em vaso como em jardim, tendo sempre o cuidado de manter o mesmo nível de insolação ao qual a planta estava adaptada quando junto da planta-mãe. 11. Devem-se realizar adubações foliares e no substrato a cada 15 dias. Por este método de propagação, produzem-se plantas iguais à planta-mãe. Na verdade, isso é uma clonagem, pois permite a propagação de plantas que 36 não produzem sementes viáveis, além da manutenção de alterações genéticas como variegação das folhas (listras brancas que aparecem nas folhas, resultantes de mutações clorofilianas). A propagação vegetativa, em geral, produzirá flores em um a dois anos, dependendo da época do ano. Propagação por sementes Para a propagação por sementes, usa-se a cápsula ou a baga. A cápsula ocorre nas espécies das subfamílias Tillandsioideae e Pitcairnioideae. Deve ser colhida assim que começar a abrir-se para liberar as sementes plumosas ou aladas. Para cultivá-la, basta retirar a semente e colocá-la sobre uma sementeira, que pode ser uma placa de xaxim nova, ou uma bandeja plástica furada, com uma camada de 4 a 5cm de pó de xaxim. A baga é encontrada nas espécies da subfamília Bromelioideae. Deve ser colhida quando estiver com 37 forte, macia e despencando do pendão, ou mesmo quando os pássaros começarem a consumi-Ia. Suas sementes são lisas e envoltas numa mucilagem adocicada. Para retirá-las, basta espremer a baga sobre uma peneira fina; depois devem-se lavar as sementes para retirar a mucilagem. Em seguida, deve-se colocá-las para secar sobre uma folha de papel absorvente, em ambiente arejado, porém nunca diretamente ao sol. Quando estiverem secas, podem ser, então, semeadas da mesma forma que as sementes plumosas. Independentemente do tipo, as sementes devem ser espalhadas na sementeira, de maneira mais dispersa possível, evitando que nasçam muito próximas umas das outras, o que prejudica o seu crescimento. Normalmente, a prática de espremer diretamente a baga sobre a placa de xaxim acarreta este problema. O ideal é espalhá-las com espaçamento de 2 a 3cm. A sementeira deve ser mantida sempre úmida, em local ideal e protegido de formiga. O excesso de água pode acarretar o aparecimento de fungos e a morte das mudas. Em regiões com baixa umidade 38 relativa do ar, é aconselhável cobri-la com plástico transparente, formando uma estufa. 39 12. O tempo que as mudas ficam na sementeira varia com a espécie e as condições climáticas da região. De modo geral, quando as mudas atingem 5cm (de quatro a seis folhinhas), podem ser transplantadas para recipientes individuais; neste caso, copos descartáveis de plástico, bandejas de isopor, tubetes ou vasos plásticos pequenos, 40 Transplantio Para o transplantio da muda, deve-se preparar um substrato constituído de 60% de pó de xaxim, 20% de esterco curtido de frango ou gado e 20% de areia lavada. Deve-se proceder da seguinte forma: a. preencher o fundo do recipiente com 1/4 ou 1/3de brita zero ou similar; b. preencher completamente o recipiente com substrato bem misturado; 41 c. molhar abundantemente o substrato e fazer um furo no centro para colocar a muda; d. arrancar a muda da sementeira com uma faca, tomando o cuidado de não danificar muito as suas raízes; 42 e. introduzir a muda e apertar ligeiramente o substrato em torno dela; 13. A adubação deve ser realizada a partir do segundo ou terceiro mês do replantio. Pode ser feita, preferencialmente, a adubação foliar, ou ainda utilizar Osmocote ou Nutricote (ver capítulo sobre adubação). As mudas ficam neste recipiente até o seu sistema radicular preencher praticamente todo o substrato, ou até a muda ficar maior que o próprio recipiente. Quando isto acontece, deve-se replantá-la no vaso definitivo. 43 PLANTIO EM VASO DE BARRO Para facilitar a drenagem, preencha cerca de 1/3 do vaso com cacos de telhas, tijolos, pedaços de vasos, pequenos cascalhos ou brita zero ou um. Prepare o substrato mais adequado à espécie que se vai plantar. Encha completamente o vaso, comprimindo o substrato. Em seguida, molhe-o abundantemente. 44 Faça uma cavidade no centro do vaso e introduza a muda, pressionando o substrato em torno dela. Somente a base da muda deve ficar dentro do 45 substrato. Irrigue abundantemente, inclusive completando a água da roseta da muda, e coloque o vaso em local sombreado e arejado. 14. 46 PLANTIO EM PLACA DE XAXIM As bromélias epífitas adaptam-se muito bem a placas de xaxim ou a cascas de árvores, especialmente as do gênero Tillandsia, que não toleram vasos. Para fixar uma bromélia numa placa de xaxim, basta prender a muda com uma corda de material vegetal (sisal, barbante, etc.) ou com fios metálicos encapados, conforme a figura abaixo. Após o plantio, deve-se irrigar a placa e toda a planta. 47 Quando a muda possui muitas raízes ou a base muito grande, recomenda-se envolver a base com fibra ou pedaço de xaxim, formando um ninho. As bromélias também podem ser fixadas em árvores, exceto aquelas que soltam as cascas (goiabeiras, eucaliptos e outras Myrtaceae). Para fazê-10, basta encostar a muda na árvore e amarrá-la, envolvendo sua base com cordas naturais ou barbantes. Este procedimento não é aconselhável em épocas fria e seca, pois as plantas têm baixo crescimento, principalmente do sistema radicular. 48 15. As bromélias do gênero Tillandsia podem também ser fixadas em rochas ou pedaços de madeiras. Para fazê-lo, basta colar a base da muda com cola plástica ou esmalte de unha, como na figura abaixo. Para bromélias cultivadas em placas de xaxim ou árvores, é aconselhável a adubação foliar periódica, para o adequado fornecimento de nutrientes. Independentemente do tipo de cultivo, deve-se sempre identificar a planta com seu nome vulgar, gênero e, se possível, espécie, com etiquetas plásticas encontradas em floriculturas. 49 VIVEIROS As bromélias podem ser cultivadas em varandas, árvores, pergolados, jardins e principalmente em viveiros. Os viveiros podem ser construídos em estruturas de madeira, metal ou concreto, com teto e laterais de ripas, bambus, ou sombrite (ripadas). As ripas devem ser pregadas ou amarradas na estrutura do ripado e no espaçamento correspondente à sua própria largura, o que propicia às plantas 50% de luminosidade. Devem ser fixadas sempre no sentido norte-sul para permitir que todas as áreas do interior recebam sol durante algumas horas do dia. A cobertura feita com sombrite (tela plástica facilmente encontrada no mercado) dispensa os cuidados anteriores e é de maior durabilidade, de fácil manutenção, evita a entrada de pássaros e insetos de maior porte, como grilos e gafanhotos, e também o efeito danoso das chuvas fortes ou de granizo. O tamanho do viveiro depende do número de plantas que se deseja cultivar e também da disponibilidade de recursos. Quanto à sua altura (pé- 51 direito), recomenda-se o mínimo de 2,5m e o máximo de 4,0m. 16. No interior do viveiro devem ser construídas bancadas ou ganchos onde serão colocados os vasos. Recomenda-se que sejam feitas de ripas devidamente 52 pintadas com material impermeabilizante (tinta a óleo, sica etc.). As bancadas devem ter no máximo O,90m de altura para facilitar o manuseio das plantas. Podem ser de alvenaria, telhas de amianto ou tela de arame. 0 piso do viveiro sob as bancadas não deve ser pavimentado. 53 REGA As bromélias são muito resistentes à falta d'água, porém é fundamental uma irrigação bem feita para o bom desenvolvimento da planta. O excesso d'água, principalmente no substrato, é muito prejudicial. Por apresentarem as folhas repletas de escamas com alta capacidade de absorção de água, recomenda-se pulverizar água nas folhas, quando a temperatura ultrapassar 30 De ou quando a umidade do ar for muito baixa. Deve-se encher a roseta. Alguns cultivadores não o fazem para evitar a proliferação de pernilongos. Ao contrário da violeta e samambaia, a bromélia não tolera pratinhos com água na base do vaso. Isso pode levar ao apodrecimento das raízes. Uma maneira prática de saber se a irrigação está satisfatória é pressionar o dedo sobre o substrato. Se o dedo estiver molhado, significa que a irrigação está em excesso; se o dedo estiver úmido, a rega está adequada, em excesso; não sendo necessário irrigar novamente; e se o dedo não tiver qualquer sinal de umidade, irrigá-la imediatamente. 54 ADUBAÇÃO Deve-se adubar a bromélia com produtos de formulação NPK (N = nitrogênio, P = fósforo e K = potássio), como 10-10-10,10-15-20 ou 15-15-15, usando sempre metade da dose recomendada pelo fabricante. O adubo pode se aplicado sobre o substrato ou sobre as folhas. Aplicação sobre o substrato 17. Espalhar o adubo sobre o substrato da maneira mais uniforme possível. Atualmente, têm-se usado, neste processo, adubos especiais de liberação lenta, com os nomes comerciais de Osmocote (14-14-14), aplicado de três em três meses, e Nutricote (10-10-17, com 1,8% de magnésio + micronutrientes), de seis em seis meses. Aplicação sobre as folhas Aplicar o adubo NPK dissolvido em água, aspergindo através de um pulverizador sobre as folhas 55 bromélia. Recomenda-se, a dosagem de 19 de adubo (NPK) por litro de água, que deve ser aplicada no início da manhã ou no água, final da tarde. Repetir com intervalos de 15 dias nos meses mais quentes do ano e de 30 dias nos meses mais frios. Na fase de crescimento, deve-se dar preferência a adubos que tenham uma concentração maior de teor de nitrogênio (N); na fase de floração, aos de maior teor de fósforo (P). Alguns gêneros, como Neoregelia, Billbergia e Alcantarea, quando regularmente adubados com 56 formulações ricas em nitrogênio, podem perder o colorido da folhagem. Apesar de todos os nutrientes serem importantes, alguns podem causar danos ou mesmo a morte da bromélia. Boro (B) e excesso de fósforo (P) causam queimaduras na pontas das folhas; o zinco (Z) e o cobre (Cu), mesmo em pequenas quantidades, podem até matar a planta. PRAGAS MAIS COMUNS Apesar de sua grande rusticidade e resistência, as bromélias também são atacadas por algumas pragas e doenças. As pragas mais comuns são: cochonilha, percevejo-renda, lesma, caracol, formiga, pulgão, ácaro e alga. Cochonilha Pequeno inseto sugador, redondo ou oval, com revestimento do corpo variável. Pode ter corpo nu, 57 recoberto com cera ou escamas. O macho, ao contrário da fêmea, é alado. Ataca a superfície foliar, enfraquecendo a planta. Promove o aparecimento de manchas amareladas nas folhas. Sua multiplicação é rápida e pode infestar várias plantas num curto espaço de tempo. O tratamento químico é realizado por meio de pulverizações de inseticidas organofosforados, como Malathion, Methamidophós ou Diazinon. Se a cochonilha tiver carapaça, pode-se usar também óleo mineral ou adesivo para facilitar a penetração do produto. 58 Percevejo-renda O percevejo-renda (Corythaica cyathicollis) é um inseto de tamanho médio, aproximadamente 2mm de comprimento, preto e branco, e fica na parte inferior da folha, principalmente próximo à bainha. 18. Este inseto suga a seiva da planta, e no local da picada aparecem manchas esbranquiçadas na forma de renda. A fêmea coloca os ovos nas folhas da planta. Depois de alguns dias, esses ovos eclodem, liberando as ninfas, que, como os adultos, também prejudicam a planta. O tratamento químico recomendado é a aplicação de produtos organofosforados, como Malathion. 59 Lesma e caracol Atacam preferencialmente as inflorescências e folhas jovens. Encontram-se nas bases entrelaçadas e úmidas das folhas e em rosetas das plantas adultas. Têm hábito noturno. O controle pde ser feito com iscas químicas (lesmicidas) ou por catação manual. Formiga Pode carregar pragas de uma planta para outra, como as cochonilhas. As sementeiras também são atacadas por formigas, que costumam carregar as sementes. Neste caso, recomenda-se colocar as sementeiras fora do alcance delas ou usar inseticidas ou iscas formicidas. Pulgão Inseto pequeno e sugador que mede até 5mm de comprimento; tem corpo ovalado e coloração 60 variável; pode ser alado ou não. Ataca brotos ou flores e suga a seiva da planta. O seu controle pode ser efetuado com pulverizações à base de organofosforados, por exemplo Diazinon. Ácaro Pequeno aracnídeo que ataca as folhas. Possui uma carapaça resistente e pode ser eliminado com aplicação de acaricidas. Alga E esverdeada e cresce na água da roseta da planta. Forma uma película delgada sobre as folhas, prejudicando sua aparência e levando-a ao apodrecimento. Recomenda-se, como tratamento químico preventivo, a aplicação de metade da dosagem indicada pelo fabricante de um fungicida à base de Mancozeb. Para o controle de insetos, lagartas, lesmas e caracóis tem sido recomendado também o uso de 61 inseticida biológico, que não deixa resíduo tóxico no ambiente, chamado de Dimypel ou Bac-control pm. DOENÇAS MAIS COMUNS As bromélias são muito resistentes, devido à sua rusticidade. A doença mais comum é a Fusariose, que é produzida pelo fungo Fusarium sp., que se desenvolve nos vasos condutores de seiva da planta, promovendo obstrução, amarelecimento e a morte. O controle deve ser feito com pulverizações à base de Benomyl, com metade da dose recomendada pelo fabricante. Em geral, quando aparecer qualquer doença, deve-se ter o seguinte procedimento: se a infecção for muito grave, eliminar e queimar toda a planta. Se a infecção se restringir a uma parte da planta, como folha ou inflorescência, esta deve ser cortada e queimada; o vaso e o substrato devem também ser eliminados. se a infecção se apresentar de forma leve ou moderada, utilizar um fungicida que não seja cúprico, moderada,pois a bromélia é sensível ao cobre. 62 Todos os produtos são facilmente encontrados em floriculturas, em casas de produtos agrícolas e similares. Na aplicação de produtos químicos, tenha o cuidado de ler a bula com atenção e seguir rigorosamente a orientação do fabricante. 19. INSETICIDAS CASEIROS Os produtos caseiros visam diminuir as dificuldades de pessoas que possuem uma ou pequenas coleções de bromélias em sua residência. Essas receitas foram testadas no Tropical Food Garden do Selby Botanical Gardens, na Flórida. Vários fatores, como temperatura, luminosidade, umidade, grau de infestação ou infecção e o estado nutricional da planta, influenciam no desempenho destas receitas caseiras. • Água com sabão Utilize uma escova dental macia para escovar as folhas com água e sabão de coco, depois lave a planta com água corrente. Adicione três colheres de sopa de sabão em pó ou de coco (detergente não deve ser usado) em 64 quatro litros de água. Depois, borrife nas plantas de dois em dois ou de três em três dias, de acordo com a intensidade da infestação. Se o inseto for sugador, misture quatro colheres de querosene ou uma xícara de álcool à solução. • Cinza de madeira A cinza deve ser espalhada na base da planta sobre o substrato. Controla caracóis, lesmas e alguns tipos de lagartas. • Suco de inseto Quando os insetos ou lagartas estiverem atacando a planta, retire-os, misture com água na proporção de meia xícara de insetos ou lagartas em duas xícaras de água, triture e coe. Cada xícara dessa solução será diluída em quatro xícaras de água. Borrife nas plantas infestadas. Deve ser utilizado, preferencialmente, no mesmo dia ou ser congelado para evitar o surgimento de bactérias. 64 • Fumo Dissolva 500g de sabão em 2,5 litros de água quente. Ao esfriar, acrescente dois litros de calda de fumo. Pulverize as cochonilhas diariamente ou de dois em dois dias. A calda de fumo é feita do seguinte modo: pique lOOg de fumo de rolo e mantenha, por 24 horas, em 1 litro de água; coe esta solução em um filtro de papel ou de pano; e use como foi recomendado anteriormente. Outra sugestão é ferver as folhas e o caule do tabaco, esperar esfriar, coar e borrifar diretamente nas plantas. É usado para controle de insetos. • Mandioca, chuchu e maçã Podem-se usar pedaços de mandioca, chuchu ou maçã ao lado dos vasos. Durante a noite, capture estas pragas manualmente. • Alho, Cebola, Mostarda e Pimenta Triture com água, raízes, caule e folhas de uma ou mais dessas plantas e ferva; espere esfriar e 65 pulverize diretamente plantas infestadas por insetos mastigadores ou lagartas. • Argila Usada para controle do pulgão. Misture argila com água e pulverize nas plantas infestadas. • Casca de cítrus (limão, laranja, lima etc.) Indicada para insetos em geral. Rale uma xícara de casca de laranja, misture em quatro litros de água fervente, coe e pulverize as plantas infestadas. • Cafeína Utilizada contra insetos. Prepare uma xícara de café ou de chá e, em seguida, misture em uma xícara de água; espere esfriar e pulverize as plantas. 20. DICAS PARA FUTUROS COLECIONADORES Faça suas próprias experiências, desenvolvendo técnicas de cultivo de acordo com as condições de clima, instalações etc. 66 Não se aprofunde em livros, publicações complexas e altamente especializadas. Procure fazer contato com pessoas que já cultivam esta planta. Associe-se à Sociedade Brasileira de Bromélias (SBBr), bem como à Regional da SBBr de seu estado. Em caso de informações contraditórias, teste-as e tire suas conclusões. Procure observar as bromélias na natureza (matas, campos etc.) e tente compreender as exigências de cada espécie. Semeie toda e qualquer semente que obtiver. Desta maneira, você evita a perda de viabilidade da semente com o tempo, além de ter sempre mudas para a troca, doação ou venda. Procure conhecer a classificação taxonômica básica da família Bromeliaceae. Isto facilitará o cultivo e é importante para a comercialização. Quando comprar ou ganhar uma muda, certifique-se de que não está com doenças ou pragas. 67 Não inicie uma produção comercial sem antes analisar o potencial ou a tendência de mercado para as plantas que pretende cultivar. Procure visitar exposições de bromélias, bem como floriculturas. Desta maneira, pode-se ter noção da qualidade das plantas e das exigências do mercado atual. Defendendo as bromélias do extrativismo, bem como os seus habitais naturais, conseguiremos evitar a sua extinção na natureza. 68 LITERATURA CONSULTADA ANDREI, E. Compêndio de defensivos agrícolas. 3.ed. São Paulo: Organização Andrei Editora,1990. 478p. BROMÉLIAS. Revista Natureza. Editora Europa, 1998. 65p. DE PAULA, c.c. Cultivo de bromélias - para fins comerciais ou hobby. Viçosa: CPT, 1998. 74p. GALLI, F. et al. Manual de fitopatologia. 2.ed. São Paulo: Ceres, 1980. v. 2, 587p. GALLO, D. et al. Manual de entomologia agrícola. 2.ed. São Paulo: Ceres,1988. 649p. LEME, E.M.C., MARlGO, L.C. Bromélias na natureza. Rio de Janeiro: Marigo Comunicações Visuais, 1993. 183p. LEME, E.M.C. Canistrum, bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Salamandra, 1997.107p. REITZ, R. Bromeliáceas e a malária – bromélia endêmica. Flora ilustrada Catarinense. Fase. Brom: 1983p.1.559 REVISTA BROMÉLIA. 1995/1996/1997. SMITH, L.B., DOWNS, RJ. Bromeliaceae, subfamily Pitcairnioideae. Flora neotropica. New York. The New York Botanical Garden, Mon.14, part 1, 1974. 648p. SMITH, L.B., DOWNS, RJ. Bromeliaceae, subfamily Tillandsioideae. Flora neotropica. New York. The New York Botanical Garden, Mon. 14, part 2,1977, p. 661-1492. SMITH, L.B., DOWNS, RJ. Bromeliaceae, subfamily Bromelioideae. Flora neotropica. New York. The New York Botanical Garden, Mon. 14, part 3,1979, p. 1493-2142. 21. Outras Publicações na Área Cultivo de Orquídeas. Cláudio Coelho de Paula e Helena M. Peregrino da Silva. 2000. 60p. Botânica Organografia. 4.ed. Waldomiro Nunes Vidal e Maria Rosária Rodrigues Vidal. 2000. 155p. Frutos e Sementes - Morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Graziela Maciel Barroso et al. 1999. 444p. (capa dura) Plantas Medicinais. Reimp. Emane Ronie Martins et al. 2000. 220p. Anatomia das Espermatófitas (Exercícios Práticos). Reimp. Aristéa Alves Azevedo et al. 2000. 120p. Fisiologia Vegetal. Moacir Maestri et al. 1998. 91p. Taxonomia Vegetal. Waldomiro Nunes Vidal e Maria Rosária Rodrigues Vidal. 2000. 89p. Pedidos Editora UFV - Universidade Federal de Viçosa - Ed. Francisco São José -CEP 36571-000 Viçosa — MG - Tels. (Oxx)31-899-2234/1517/2220 -Fax (Oxx)31-899-2143 - E-mail: editora@mail.ufv.br Compre também pela Livraria

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